Louis
estava se sentindo melhor a noite, se levantou e foi em busca de Sophia, porque
tinha a sensação de que seu irmão já havia partido. Quando chegou perto da
porta dos aposentos da rainha, viu Chris, um dos demais Lords, sair do quarto.
Cumprimentaram-se e Chris perguntou se o amigo já estava melhor, além de dizer
que era um ótimo momento para conversa com Sophia. Ela dizia estar meio indisposta
e resolveria tudo, naquele dia, em seu quarto, mas nenhum Lord entendia o
porquê. Daniel fazia um ótimo serviço, como sempre. Louis, então, entrou no
aposento, fechando bem a porta atrás dele.
Sophia
estava na varanda olhando o bendito jardim, ela adorava, igual ao Lord, tentar
resolver seus problemas com a ajuda das flores e das plantas. Não parecia estar
indisposta, fazendo seu amigo rir ao pensar sobre isso. Tudo parecia estar
dando certo. Chegou perto da rainha e pós a mão no seu ombro.
-
Está se sentindo melhor, meu grande amigo?- ela estava sorrindo – Amanhã vou
pedir um favor a ti, mesmo eu já te devendo tantos pedidos. Algo me diz que
será necessário você visitar o seu irmão.
-
Sem problemas, senhora. Você nunca pediu demais, apesar de pensar assim. Pelo
visto você e Niall andaram se resolvendo no final das contas, isso era tudo o
que eu precisava. Agora, se me dá licença, preciso cumprir certas atividades,
mas qualquer coisa é só me chamar, porque não sairei do palácio hoje. Só
amanhã, não é mesmo?
Louis
saiu do quarto sorrindo, finalmente as pessoas, as quais ele tanto ama, seriam
felizes. Só faltava algum plano, mas ele ajudaria em tudo que fosse possível.
Pegou e entrou no seu quarto se sentindo mais leve agora, seu quarto era bem
simples, do modo o qual ele gostava, paredes brancas e piso de madeira, uma
cama de solteiro, um criado mudo, armário e uma janela que dava para o jardim
eram tudo que ele necessitava, o resto ele considerava exagero. Sua cama estava
arrumada, com cara de fofinha e quentinha, tendo uma colcha azul, os lençóis e
as fronhas brancos, tudo da maior qualidade. Louis dormiu bem e profundamente
como há anos não dormia, acordou bem cedo, se arrumou, deu um “oi” a rainha e
seguiu em direção onde seu irmão estaria.
Niall
acordou com Joseph batendo na porta e avisando que tinha uma visita. O aposento
era uma suíte bem pequena e rústica, tendo somente o essencial, uma cama de
solteiro, uma janela de madeira e no banheiro uma banheira, uma pia e o
vaso. O jovem se arrumou em segundos,
lavou o rosto rapidamente, já suspeitando quem o esperava, desceu as escadas e
viu seu irmão sentado na mesa ao lado de fora vendo o sol que tinha acabado de
nascer.
-
Já sei o que veio fazer aqui, meu irmão, e devo avisar que já tenho um plano. –
Niall falou isso enquanto sentava a mesa, aproveitou e pediu um desjejum para
Joseph. – Não se assuste, mas vai ser meio complicado. Penso em forjar a morte
de Sophia, ela se casa com aquele rei o qual vocês considerem mais nobre e no
dia seguinte fingimos a morte dela... Será que dá para arranjar o casamento o
mais cedo possível? E será que os Lords e o próprio chefe da guarda nos ajudam?
Louis
afirmou com a cabeça e os dois naquela mesma manhã já começaram a se
prepararem, um mês depois a Sophia já tinha um pretendente por culpa de uma
mentira, criada pelos dois, de que a rainha estava com uma doença problemática,
bem avançada, e talvez ela não durasse muito mais tempo. Louis lutou para
convencer os parlamentares de que um príncipe de um reino mais ao sul, conhecido
por sua boa administração, honestidade e querido por todos, era o mais
vantajoso para o Reino e , mesmo assim, o Lord precisou subornar alguns. Enquanto
isso, Niall e a rainha se encontravam as escondidas quase todos os dias, com o
apoio dos Lords e do chefe da guarda.
Mais
um mês se passou e Sophia se casou, já que a rainha estava muito “mal” de
saúde, graças a uns remédios os quais Joseph deu e aos boatos criados pelos
guardas e Lords para ninguém desconfiar de nada, o casório foi preparado o mais
depressa possível. O casamento foi luxuoso, adequado a um casamento real. Como
o futuro rei já sabia a algum tempo da condição de sua mulher permitiu que ela,
naquela noite, dormisse em quartos separados, para não contagia-lo ou coisa
parecida.
Os
Lords tinham planejado tudo para aquela mesma noite. A rainha estava já muito
pálida e fraca por culpa de suas medicações e precisava de alguns Lords a
acompanhando em sua fuga. Os outros ficaram realizando os últimos detalhes na
“morte” da rainha, tendo já arranjado um corpo de uma jovem parecida o
suficiente com Sophia para aqueles que não a conheciam direito.
Daniel indicou as melhores passagens secretas
para a rainha sair do castelo e Louis trouxe roupas dignas de uma camponesa de
forma que, quem a visse, não a reconhecesse. Quando ela e Louis saíram do
palácio, Niall já estava os esperando com uma carroça. Sophia e ele se
beijaram, estavam livres, enfim, para ficarem juntos, um ao lado do outro para
sempre, viveriam em outro lugar, é claro, mas o que realmente importava era
eles terem um ao outro. Louis os abraçou na hora da despedida, e ajudou, junto ao
seu irmão, a rainha subir na carroça. Eles partiram, enquanto o Lord voltava no
castelo pensando como sentiria saudades e desejando sorte aos dois.
O
rei ficou desolado com a notícia, a doença realmente deveria ser muito grave,
além disso, havia o temor de o mal ser contagioso, por tal motivo ele pediu que
Louis tomasse as providencias para o enterro real. O povo lamentou muito a
morte de sua amada rainha, agradecendo que no meio de toda esta tragédia a
sorte de ter um novo Rei tão bom. O rei, Louis e os demais Lords conduziram
Cesaris para uma Era de prosperidade e paz.
Nas
bordas ocidentais do Reino um casal de camponeses ficou entristecido e alegre
pela morte da rainha, pouco tempo depois eles se casaram e ali viveram para
sempre. Entretanto de tempos uma carruagem real ia visitar o casal, mas isso
não causava estranheza afinal eram parentes distantes de um Lord do reino...