domingo, 6 de novembro de 2011

Meu cantar



Entre águas me esqueço e me lembro. Sua cor me agrada meus olhos e seu cheiro me desperta. Seu som, suas ondas, sua música, seu chamado. Entrego-me a meus pensamentos. Pensamentos que me levam, em simples segundos, meus olhos a fechar.

Segundos que me levam as estrelas. Segundos que me levam ao meu lar. E Lá vejo as brumas daqui passar.  E assim, compreendo coisas que nem mesmo entendo de meu lembrar. Lembranças as quais se desprendem do meu peito e voam livre pelo o ar. Lembranças as quais são belas e ricas, cheio de cores que se soltam e vão a voar.

No fim, aos poucos vou voltando para minha água doce. Meu peito, agora, bate forte e sinto uma grande necessidade de chorar. Um chorar bom, um chorar gostoso de coisas que não consigo mais lembrar. Sim, sinto a leveza, porém o esquecimento me domina, sobrando, somente, as saudades boas em meu peito a cantar.

Saudades que eternamente carrego em meu coração com a função de mostrar um tempo que não consigo mais lembrar, mas sempre presente a me despertar.

sábado, 5 de novembro de 2011

Frases de Sandman


Às vezes é um erro subir, mas é sempre um erro nunca tentar. Se você não subir, não vai cair. A verdade é essa, mas será tão ruim assim fracassar, tão duro cair? Às vezes, você desperta ... outras, sim, você morre. Mas há uma terceira alternativa.
 Você voa.

Só tenho dois tipos de sonhos: os ruins e os terríveis. Com os ruins consigo lidar, são apenas pesadelos e logo acabam, eu acordo. Os sonhos terríveis são os sonhos bons, nos sonhos terríveis tudo vai bem.... Tudo é maravilhoso e normal. Tudo vai bem. Aí ... eu acordo e ainda sou eu. E continuo aqui. E isso é realmente terrível.

Algumas coisas são grandes demais para serem vistas. Algumas emoções enormes demais para serem sentidas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Uma luz



Fernanda acorda e me parece ser de manhã (ou será noite?).

Há uma luz, que no inicio a ofusca, porém é gostosa e tem um cheiro doce. Lembranças nesse momento aparecem com toda intensidade. Lembranças que tinham sido esquecidas por diversos motivos,agora tranbordam. São lembranças que só seu coração guardou. Aos poucos seus olhos vão se acostumando com a luz e ela vai notando certas coisas.

Não é dia, e sim noite, mas há uma luz forte. Ela não está mais no seu quarto pelo que parece, mas em um belo jardim. Ela antes iria se questionar sobre tudo aquilo, contudo, naquele instante ela não se importava com o porquê. Parecia que todas as respostas já estavam no seu coração e ele estava preenchido por felicidade e amor.

Ela sabia, no fundo de sua alma, o que estava acontecendo e se deixou levar por esse momento tão belo e mágico! E ela sabia que ela iria ficar com este instante para sempre no seu lindo coração.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011



Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. 
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. 
Se achar que precisa voltar, volte! 
Se perceber que precisa seguir, siga! 
Se estiver tudo errado, comece novamente. 
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a. 
Se perder um amor, não se perca! 
Se o achar, segure-o!



- Fernando Pessoa

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Olhando as Estrelas


Observo as estrelas e chego a outro lugar.
Olho o céu e vejo minha casa, o portão está aberto esperando.
Cada vez mais perto chega o nosso momento, cada segundo meu coração bate mais e mais com saudades daquilo que não lembro direito. Mas isso importa? O que importa é o que está em meu coração, e a sua canção e frequência. As estrelas enquanto isso pulsam junto comigo.
Isso quando observo as estrelas.
Simples e Natural. Só isso.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A seguidora de Ártemis

        

      Era uma vez, na Grécia antiga, uma jovem muito bonita chamada Alana, que era devota a deusa Ártemis, deusa da caça. Por ser uma seguidora da deusa, Alana prometeu aos deuses que nunca se envolveria com nenhum homem, nem se apaixonaria, assim como Ártemis.
       Em um belo dia, enquanto estava caçando, Alana ouviu uma música vindo por entre as árvores. Foi seguindo o som até chegar em uma clareira. Bem no centro havia uma grande pedra e em cima desta estava o homem mais bonito que Alana já vira em toda vida. Ele estava sentado enquanto tocava flauta e Alana percebeu que várias ninfas estavam dançando ali perto ao belo som da música do jovem. Seguindo os ensinamentos da deusa Ártemis, Alana foi embora e resolveu esquecer o rapaz da clareira.
       Na manhã seguinte Alana voltou à floresta. Deu a si mesma a desculpa de que deveria caçar na área perto da clareira, apenas para variar um pouco. Assim que chegou perto da clareira ela começou a ouvir o som da flauta e um sorriso surgiu em seu rosto. Em que ela estava pensando?! Não podia ficar pensando nele...estava fora de seus princípios! Mas ela não conseguiu se conter e foi novamente até a clareira onde estava o rapaz.
       Lá estava ele, cercado por ninfas e sátiros que ficavam dançando e rodopiando. Seus olhos eram de um verde que pareciam com as árvores à sua volta e os cabelos eram negros e cacheados. Alana estava ali, encostada em uma árvore quando de repente o jovem olha diretamente para ela e sorri. Alana fica atordoada, tremula e sem conseguir respirar direito. Ele a viu!!
       Ele desceu da pedra e foi em sua direção. Alana queria correr, mas seus pés pareciam que criaram raízes ali. Ele chegou bem perto dela, passou a mão em seus cabelos, olhou no fundo de seus olhos e disse:
- Finalmente te encontrei. – disse ele, com um imenso sorriso. – Me chamo Erasmo e sei que se chamas Alana, o meu grande amor. Também sei que você é uma grande seguidora de Ártemis.
       Ao dizer aquilo, o sorriso de Erasmo sumiu um pouco. Alana não sabia o que fazer. Acabara de encontrar o amor de sua vida, mas a sua devoção a deusa Ártemis a proibia de amá-lo.
De repente, uma luz muito forte descendo do céu apareceu no meio da clareira e então uma mulher muito bonita estava ali, ao lado da grande pedra. Ao seu lado estava um cervo e ela carregava um arco nas costas. Alana logo percebeu que era a própria Ártemis que veio falar com ela.
- Esperei por você por toda minha vida, -Erasmo segurou sua mão- posso esperar por mais uns instantes!
Alana foi ao encontro de Ártemis. Quanto mais se aproximava, mais sentia a força e o poder da deusa que parecia brilhar no meio da clareira.
- Alana, minha querida!
-Minha Senhora! – Alana fez uma reverencia – Me desculpe, não consegui seguir seus passos! Acabei por me apaixonar e não sei o que fazer!
- Minha querida, eu mesma já me apaixonei! Não foram minhas melhores experiências, mas deixo essa escolha em suas mãos.
Alana olhou de Ártemis para Erasmo e voltou a olhar para Ártemis.
- Obrigada por tudo, minha senhora, mas sinto que essa é a escolha certa.
Ártemis olhou para Erasmo e disse:
- É...é uma ótima escolha! - E do mesmo jeito que apareceu, Ártemis sumiu.
Alana e Erasmo tiveram um lindo casamento no meio da floresta. As famílias dos noivos estavam alegres e se divertindo muito. Ninfas e sátiros também compareceram no casamento e Alana pode jurar que viu uma bela mulher carregando um arco e com uma áurea meio brilhante andando entre os convidados.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011



Você está esperando por um trem; Um trem que irá levá-lo pra bem longe. Você sabe pra onde espera que esse trem te leve, mas não sabe com certeza. Mas não importa - Por que nós estaremos juntos.
-A Origem

domingo, 23 de outubro de 2011

Nárnia: Fui eu

- Quem é você?- murmurou baixinho.
- Alguém que esperava por sua voz - respondeu a coisa. O tom não era alto, mas amplo e profundo.
- Você é...um gigante?
- pode me chamar de gigante - disse a grande voz. - Mas não me pareço com as criaturas que você chama de gigantes.
- Não consigo vê-lo - falou Shasta, depois de muito tentar. Uma coisa terrível lhe passou pela cabeça. Com a voz quase trêmula de choro, perguntou:
- Você não é... não é uma coisa morta...é? Vá embora, por favor. Nunca lhe fiz mal. Ó, sou o sujeito mais desgraçado do mundo!
Sentiu novamente o hálito quente da coisa no rosto e na mão.
- Morto não respira assim. Pode me contar as suas tristezas, rapaz.
O hálito deu a Shasta um pouco mais de confiança.Contou então que jamais conhecera pai e mãe, que fora criado por um pescador muito severo. Contou sobre como fugira, sobre os leões que os perseguiram, os perigos em Tashbaan, a noite entre os túmulos, as feras que uivavam no deserto, o calor e a sede durante a caminhada, e o outro leão que surgiu quando estavam quase chegando, Aravis ferida...contou, por fim, que estava com fome, pois não comia nada havia muito tempo.
- Não acho que seja desgraçado - disse a grande voz.
- Mas não foi falta de sorte ter encontrado tantos leões?
- Só há um leão - respondeu a voz.
-Não estou entendendo nada. Havia pelo menos dois naquela noite...
-Só há um leão, mas tem o pé ligeiro.
- Como sabe disso?
- Eu sou o leão.
Shasta escancarou a boca e não disse nada. A voz continuou:
- Fui eu o leão que o forçou a encontrar-se com Aravis. Fui eu o gato que o consolou na casa dos mortos. Fui eu o leão que espantou os chacais para que você dormisse. Fui eu o leão que assustou os a fim de que chegassem a tempo de avistar o rei Luna. E fui eu o leão que empurrou para a praia a canoa em que você dormia, uma criança quase morta, para que um homem, acordado à meia-noite, o acolhesse.

sábado, 22 de outubro de 2011

Um sonho quase impossível



Numa vila chamada Sundar existia um jovem camponês magro, cabelos negros e ondulados com olhos castanhos que mostravam um brilho incomum, o nome dele era Lanru. Ele nunca soube quem era sua família verdadeira e desde criança trabalhava para um velhinho, Nalue, o qual tratava como filho. Mesmo sendo cuidado com tal carinho, o moço era humilde e sua bondade se destacava em toda a pequena vila, além de sempre estar retribuindo o velho homem com toda a assistência que podia lhe dar.
Entretanto, conforme o tempo, Lanru foi se sentindo solitário e sentindo a falta de uma companheira. Numa manhã, indo buscar água no rio o qual passava por perto da casa de Nalue, o jovem viu uma dama, mas não era qualquer uma. Ela parecia ser, não só surpreendente bela por fora, quanto por dentro. A mulher estava sentada olhando para o rio correr com grande paciência e calma, porém, quando ele viu seus olhos, percebeu que chorava. No susto, deu um passo para trás e caiu fazendo um grande barulho, e a bela jovem, notando que havia alguém observando, saiu correndo sem sequer olhar para trás.
O camponês, então, abalado, pegou a água do rio e voltou para casa, sem nunca parar de pensar no ocorrido. Chegando no seu destino, descobriu que seu patrão já estava acordado esperando-o. O velho, então, olhou diretamente nos seus olhos, lhe disse: “Algo de diferente aconteceu durante seu percurso. O que houve?”. Lanru contou calmamente toda a história com poucas esperanças de que o senhor lhe ajudasse de algum modo, mas foi pego de surpresa quando Nalue sorriu e disse que conhecia a moça. Ela se chamava Harzea e era filha de um nobre, o qual possuía uma imensa maldade no seu coração, e que sua mãe tinha sido misteriosamente assassinada, aparentemente, pelo próprio marido. Não era à toa, com sua bondade, a pobre menina vivia sempre triste e longe de casa, da exploração de seu pai com ela.
Lanru deslizou na cadeira, pensava que nunca ia conquistar a dama, ele era pobre, o nobre tão amargo nunca iria dar a mão de sua filha a ele, e talvez não conseguisse nem mesmo suprir todas as necessidades as quais ela tanto merecia de um homem. O senhor, então, vendo todos os conflitos presente no rapaz lhe deu uma sugestão e, ao mesmo tempo, uma proposta: “Você não sabe, mas sou um mago. Vou contigo até o pai da mocinha e vou sugerir a ele, que para você casar com ela, você tem que cumprir 3 desafios os quais deve ser realizados dentro de 3 dias, caso você não consiga você o servirá eternamente e no que ele quiser. Mas não se angustie, eu vou te ajudar em tudo que puder.”
O moço concordou, e os dois foram para a casa do nobre. O homem ouviu atentamente a reposta e mandou buscar a sua filha. Quando a jovem veio, viu o rapaz longamente como visse sua alma, assentindo logo em seguida com o trato. Como era linda e, ao mesmo tempo, parecia estar engolida por tristezas. O pai ambicioso olhou para Lanru, em seguida, pedindo: 1) para torna-lo rei; 2) para arranja-lhe uma mulher; e 3) para banha-lo de ouro. Lanru saiu do casarão desamparado, o mago, porém não estava nem um pouco intimidado.
Nalue, disse que para cumprir as exigências o camponês devia arranjar uma carroça, dois cavalos e 9gotas de seu próprio sangue. O rapaz demorou 1 dia inteiro sem dormir, mas em troca de seu trabalho manual e sua famosa bondade conseguiu tanto os cavalos como a carroça. Por fim, ele arranjou o vidrinho mais bonito e pingou suas gostas de sangue e entregou para o velho homem. Este falou que no dia seguinte ao anoitecer resolveria todo o resto, e assim fez.
Na cidade mais próxima tinha uma princesa extremamente rica, a qual precisava casar com um nobre para se tornar rainha, porém não queria de jeito maneira se comprometer ao casamento por medo. O bom mago a conhecia muito tempo, desde pequena, e a disse que tinha a solução de seus problemas. Arranjara um partido para ela, o qual para a mulher não viver para sempre com um sujeito talvez repleto de ruindade, na segunda noite, depois de casada, ela daria um chá preto para ele com todo esse sangue no vidrinho dentro. Se o homem sobrevive, era bom, caso contrário, ele iria enfrentar uma morte, aparentemente, natural. A dama aceitou.
     No outro dia todos os desejos do nobre estavam completados, casou com a princesa, virando rei e extremamente cheio de ouro. A sua filha, feliz, correu ao encontro de Lanru, lhe falou: “Eu sabia, ao ver seu belíssimo coração e seu olhar no rio, que era o amor de minha vida e que conseguiria cumprir o prometido e me salvar de meu pai.”. Por fim, Lanru, não contendo deu um beijou na boca de Harzea. No dia seguinte os dois jovens se casaram, enquanto era espalhado a noticia a qual informava que o rei da cidade próxima tinha morrido.