sábado, 15 de outubro de 2011

Mais que uma amizade




Numa aldeia existia uma senhora conhecida e chamada de Helena. Helena tinha se mudado para lá havia alguns anos e era muito amiga de sua vizinha, Denise, era impressionante como elas se davam bem e como se entendiam, essa amizade é quase invejada por todos da pequenina comunidade. Helena também tinha um grande carinho pelo marido e filhos de sua querida e amada vizinha. Mas como não gostar deles?  Todos eram tão carinhosos, amáveis e sempre pareciam estar presentes em todos os momentos de vida de Helena. Entretanto, Helena sempre sentia como houvesse algo a mais e que Denise tinha algum segredo guardado e nunca revelado.

Numa tarde Helena foi visitar a amiga e viu malas prontas. Ela não entendia, não conseguia compreender, não conseguia falar. Como assim? Sua amiga ia viajar e não contou nada a ela? A família iria junto? No fim, ela decidiu não falar nada para a vizinha e esperar que ela se explicasse. Passaram a tarde inteira juntas, mas nada foi dito sobre as malditas malas nas quais atormentavam tanto a Helena, nem mesmo quando elas se despediram.

No dia seguinte, quando Helena foi visitar Denise de novo, ficou mais confusa ainda. Tudo da casa estava embalado. Helena não aguentou, não conseguia nem sequer respirar direito, ela simplesmente virou de costas para amiga e saiu andando. Denise foi atrás dela e disse que tudo ia ficar bem e que um dia ia voltar. Tentou mostrar para a vizinha o porquê de não ter falado nada e perguntou se ainda ela não se lembrará de nada. Helena balançou a cabeça para dizer não, se sentia traída e com muita raiva da fala da sua amida. Como ela podia largar ela assim e falar tão naturalmente sobre isso? Denise, enquanto isso, também já estava com os olhos repletos de lágrimas, abraçou Helena e se foi...

Helena passou dias chorando ao lembrar-se de Denise. Não entendia... Não entendia... Que raiva e tristeza sentia, e tudo foi tão rápido... Não dava para aceitar. Um dia estava indo fazer compras e viu Denise. Era Denise? Devia estar imaginando as coisas... Decidiu voltar para casa. No outro dia, andando no parque, pareceu de novo que tinha visto sua ex-vizinha, e mais outro dia achou que viu o marido e os filhos de Denise. Ela tinha enlouquecido de vez? As saudades podiam dar alucinações? Resolveu ignorar tudo e se convenceu que eram somente pessoas muito parecidas. Até demais...

Uma semana passou assim e teve um momento no qual ela não estava aguentando mais, ela resolveu ir até aquela alucinação, ou pessoa, ou sei lá o quê, tão parecida com Denise. Parecia estar sorrindo, e como era lindo o sorriso. Ao chegar perto, uma surpresa, era realmente a sua amiga, não tinha dúvidas. Mas porque ela não tinha ido nenhuma vez ido falar com ela? Sentiu um aperto no peito, sentiu de repente tonta, sua cabeça doeu. Helena entendeu. Lembrou. Viu todos os laços que tinha com Denise, e o marido e filhos de Denise.  Lágrimas e um sorriso apareceram em seu rosto, sua amiga também sorria. No final, somente veio uma resposta a uma pergunta simples... Sim, vamos.

Atrás de Denise, várias outras pessoas a esperavam. As duas se abraçaram e todos juntos foram para aonde era tão esperado ir.

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